Crianças que se exercitam tiram notas mais altas, diz estudo
Crianças que se exercitam mais --seja no intervalo entre as aulas,
no caminho para a escola ou em aulas de educação física-- tendem a apresentar
melhor desempenho escolar, segundo uma pesquisa publicada na revista
"Archives of Pediatric & Adolescent Medicine", dos Estados
Unidos.
O estudo, feito por pesquisadores da Universidade Vrije, de
Amsterdam, analisou 14 pesquisas realizadas nos EUA, Canadá e Africa do Sul que
compararam a atividade física dos estudantes com seus desempenhos em provas de
matemática, linguagem, raciocínio lógico e memória
.
A maior pesquisa envolveu 12 mil crianças e adolescentes
americanos entre 12 e 18, que foram acompanhados por até dois anos.
Uma das pesquisadoras, Amika Sing, disse que as escolas deveriam
priorizar os tanto exercícios quanto os aspectos acadêmicos e que as famílias
poderiam ter a mesma atitude em casa.
"Pode ser ir para a escola de bicicleta... Qualquer tipo de
atividade física que você pode imaginar. Não significa apenas a aula padrão de
educação física.", disse Singh. Ela sugere que, na sala de aula, sejam
feitos intervalos a cada meia hora, para as crianças se levantarem e fazerem
algo.
Dentre os 14 estudos analisados, dez eram observacionais: os
pesquisadores faziam perguntas aos pais, professores e aos próprios estudantes
sobre seu grau de atividade e depois seguiam-nos por um tempo --de alguns meses
a alguns anos-- para acompanhar seu desempenho acadêmico.
Nos outro quatro estudos, um grupo de crianças ganhava um tempo
extra para aulas de educação física e prática de exercícios e tinha seus
resultados em testes comparados com os de um grupo de crianças que não tinha
ganhado esse tempo a mais.
Quando os pesquisadores perguntaram aos estudantes quanto tempo
eles passavam se exercitando, descobriram que aqueles que se exercitavam mais
iam melhor na sala de aula.
Em um dos estudos dos Estados Unidos, alunos que tiveram 90
minutos extras de atividade física por semana foram melhor em testes de
soletração, leitura e matemática, além de terem ganhado menos peso nos três anos
seguintes.
Segundo os pesquisadores, isso pode ocorrer porque crianças se
comportam e se concentram melhor quando se exercitam, ou porque a atividade
aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro e melhora o humor de quem a pratica.
Os autores lembram que, como poucas pesquisas de alta qualidade
metodológica exploraram a relação entre atividade física e desempenho
acadêmico, mais estudos do gênero são necessários para entender os efeitos do
exercício no desempenho escolar.
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